Hotéis do Agreste e Litoral Sul adequam estrutura para turismo de negócios e eventos

Na ausência de espaços que atendam à demanda dos eventos de pequeno e médio portes em Pernambuco, os hotéis têm ocupado uma lacuna  despontado como alternativa, apostando nos centros de convenções próprios. E apostam pesado, já que a capacidade máxima, em média, é de 3 mil a 4 mil pessoas. Além do Recife, algumas regiões vêm se destacando, como Porto de Galinhas, no Litoral Sul, e Gravatá, no Agreste.

À medida em que Pernambuco se destacou no cenário econômico nacional, a quantidade de eventos que acontecem aqui aumentou. “O crescimento se deu a partir de 2007, por conta das empresas que se implantaram nos diversos polos do estado”, lembra o presidente do Recife Convention & Visitors Bureau, Bruno Herbert. Hoje, o estado sedia congressos em diversas áreas, além de capacitações e também feiras de exposições.

A praticidade é um dos principais atrativos. “O fato de não haver deslocamento até o local do evento é um diferencial dos hotéis”, explica o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE) Carlos Maurício Periquito. Ele lembra que os problemas de mobilidade urbana atingem os principais centros do país, e que no Recife a situação não é diferente. “Além disso, os poucos espaços disponíveis no estado, como o Centro de Convenções, precisam ser reservados com muita antecedência, devido aos grandes eventos”, acrescenta.

De acordo com a gerente comercial do Hotel Canariu’s, em Gravatá, Maristela Moura, é justamente a falta de mobilidade que tem atraído os clientes para a região. No mercado há pouco mais de um ano, o hotel registra crescimento no número de eventos que recebe, e possui um centro de convenções formado por 15 salões com diferentes tamanhos, que acomodam de 80 a 1,2 mil pessoas. “A procura é tanta que nos períodos de baixa temporada o faturamento com a realização dos eventos chega a 80% da nossa receita mensal”, revela. Neste ano, o hotel fechou contrato com algumas empresas, como Coca-Cola, Ambev, Tupan e Toyota.

Também em Gravatá, o Hotel Monte Castelo está investindo na melhoria da infraestrutura. Hoje, o centro de eventos do local abriga até 400 pessoas. “Buscamos um financiamento de aproximadamente R$ 10 milhões para melhorar nossa capacidade. Isso inclui o espaço de eventos, além dos apartamentos para hospedagens, entre outros itens”, destaca a diretora do hotel, Glória Correia.

Já em Ipojuca, no Litoral Sul, o Hotel Armação dispõe de um auditório com capacidade para até 1,3 mil pessoas. A estrutura de eventos ainda conta com dois centros, que possuem 18 salas. A capacidade máxima é de 4 mil pessoas, se for levado em consideração todos os espaços. “A procura está muito grande. Recebemos congressos médicos ou de professores, treinamento de empresas, entre outros”, afirma a gerente comercial do hotel, Valéria Gordilho. O fluxo de eventos aumenta 12% todos os anos. “A última reforma foi em 2012, quando construímos quatro salas. Mas, daqui a algum tempo, é provável que precisemos fazer uma nova ampliação”, prevê Valéria.

O Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), que possui infraestrutura para eventos de todos os portes, está prestes a entrar na primeira grande reforma, após 40 anos. Atualmente, os projetos complementares (como os sistemas hidráulicos e elétricos) estão sendo finalizados, e após essa etapa será aberta uma licitação para que a obra seja iniciada. Além do pavilhão de feiras e do Teatro Guararapes (que comportam 30 mil e 2,3 mil pessoas, respectivamente), há espaços que abrigam de 100 a 900 pessoas. De acordo com assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo do estado (Setur-PE), no entanto, o calendário já está fechado até o próximo ano.